Os membros do Ministério Público Militar no Rio de Janeiro designados para atuarem na investigação das mortes do músico Evaldo Rosa dos Santos e do catador Luciano Macedo, alvejados por militares em Guadalupe, no Rio de Janeiro/RJ, em 7 de abril último, aguardam respostas às diligências requisitadas para concluírem o procedimento
Já foram ouvidos, na sede da Procuradoria de Justiça Militar no Rio de Janeiro, os familiares do músico e a amiga da família que o acompanhavam no veículo atingido pelos disparos. Também foram colhidos os depoimentos de três pessoas, moradoras da região, testemunhas dos acontecimentos, uma delas, inclusive, gravou o vídeo divulgado pela imprensa que registra o momento dos disparos.
Outra oitiva importante feita pelos membros do MPM foi do proprietário do veículo cujo roubo teria motivado a reação dos militares. Eles alegaram, quando ouvidos, que enfrentaram criminosos num veículo branco um pouco antes, na região onde tudo aconteceu.
De acordo com o laudo de exame de necropsia, realizado pelo Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto, a morte de Evaldo Rosa dos Santos foi provocada por hemorragia subaracnoidea e laceração encefálica produzidas por ação pérfuro contundente decorrente de disparos de arma de fogo. Depreende-se do laudo que nove tiros atingiram a vítima, sendo dois de raspão. O MPM ainda não recebeu o laudo do exame da morte do catador Luciano Macedo.
Estão pendentes também, entre outras diligências, os resultados da perícia do veículo e da confrontação balística dos projéteis retirados do corpo de Evaldo.
Os nove militares que dispararam contra o veículo continuam presos preventivamente.