CIV no Comando Militar da Amazônia e no Centro de Instrução na Selva

Maior efetivo na região entre as Forças Armadas, o Exército Brasileiro foi o tema das palestras e atividades do dia no 3º Período do Curso de Ingresso e Vitaliciamento de Promotores de Justiça Militar hoje (27) em Manaus-AM. A programação teve início no Comando Militar da Amazônia, com a apresentação do painel “A defesa, o desenvolvimento socioeconômico e a preservação ambiental da região amazônica pelo Exército Brasileiro”, com o general de Exército Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, comandante do Comando Militar da Amazônia

Antecedendo à parte teórica, o comandante levou os integrantes do CIV à selva, para instrução de sobrevivência, uma pequena amostra dos cursos que são oferecidos aos militares. Foram apresentadas técnicas para obtenção de água, confecção de abrigos e identificação de frutos e alimentos.

Voltando para o auditório, o general Theophilo promoveu um “bate-papo” para apresentar o Comando Militar da Amazônia e a realidade do Exército Brasileiro na Amazônia Ocidental. Por meio de filmetes e transparências, o comandante fez uma síntese da presença e da importância do Exército para a ocupação daquela parte do território nacional

De acordo com o comandante, o Comando Militar da Amazônia reúne diversas unidades com características bem específicas, seja pela posição geográfica, pela densidade do rio que circula a unidade, pelo tipo de população, ou pela atividade econômica da região. Por essa razão, não é possível aplicar uma doutrina comum a todas elas. “Existem várias amazônias dentro da Amazônia”, comentou ele.

Os diversos problemas e questões que afetam a região foram abordados no painel: grandes distâncias a serem vencidas, tráfico de animais; extração ilegal de madeira; narcotráfico; imigração ilegal; garimpos; contrabando e descaminho; pistas de pouso clandestinas; abastecimento e manutenção dos pelotões de fronteira; voçorocas; questões de saúde e sanitárias.

Também foram discutidas alternativas para dirimir essas questões como estudos para geração de energia, fornecimento de água potável e um projeto de pelotão especial de fronteira com estrutura ideal para atender aos militares e seus familiares.

No encerramento das atividades, a subprocuradora-geral de Justiça Militar Maria de Nazaré Guimarães de Moraes agradeceu o general pela palestra e destacou a importância dessa visão aprofundada da realidade das tropas presentes na região. Segundo a integrante do MPM, que por 27 anos atuou na Amazônia, é imprescindível aos membros do MPM, especialmente àqueles lotados na PJM Manaus, o conhecimento pleno das variáveis que interferem na atuação desses militares.

Palestra – CIGS – No período vespertino, os trabalhos foram concentrados no Centro de Instrução de Guerra na Selva – CIGS. Na chegada, o comandante da unidade, coronel Alfredo José Ferreira Dias, ministrou uma palestra sobre o CIGS, responsável pela formação e o adestramento do combatente de selva.

O curso do CIGS, com duração de 6 a 9 semanas, está estruturado em três fases: vida na selva, técnicas e operações. Segundo dados do Centro, já foram formados 5677 militares, de diversas nacionalidade, aptos a enfrentar os rigores da selva. “Sabem usar o meio-ambiente como aliado em combate”, definiu o coronel.

Para participar do curso, o militar tem que ser de carreira, profissional, não pode ser temporário e como ressalta o comandante, os aprovados no curso são difusores da doutrina e das técnicas de selva em suas unidades de origem.

Ainda de acordo com informações repassadas pelo coronel Dias, durante todo o curso é observada e seguida a Recomendação contida no Ofício 204/2011 da Procuradoria-Geral de Justiça Militar que tata dos treinamentos e dos cursos dados a tropas especiais.

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