Promotor Otávio Bravo integra a Comissão da Verdade do RJ

O promotor de Justiça Militar Otávio Bravo irá integrar a Comissão da Verdade do Estado do Rio de Janeiro. O convite para o membro do MPM compor o grupo foi feito pelo secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira. Em decreto que deve ser publicado no Diário Oficial da próxima segunda-feira, o governador Sérgio Cabral detalha como vai funcionar o órgão, que terá como função investigar os crimes cometidos no estado durante a ditadura militar.

Segundo o presidente da comissão, o advogado Wadih Damous, o grupo trabalhará seguindo os moldes da Comissão Nacional da Verdade, instalada no ano passado. A comissão estadual terá o prazo legal de dois anos para concluir suas investigações, mas como adiantou Damous, a intenção é entregar o relatório no mesmo prazo estipulado para a Comissão Nacional da Verdade. “Vamos trabalhar em conjunto com a Comissão Nacional da Verdade, que já tem um acervo de informações. Essa simbiose, essa relação, será estreita. Queremos, inclusive, encerrar o trabalho antes do prazo, junto com a comissão federal, o que vai demandar um trabalho intensivo de investigação”, disse Damous.

Entre os casos na mira da Comissão Estadual da Verdade, de acordo com Damous, estão não só a explosão no Riocentro, a Casa da Morte, em Petrópolis, e as mortes de Stuart Angel e Rubens Paiva, mas também qualquer relato que seja levado ao grupo e que ajude a esclarecer os assassinatos e o paradeiro dos militantes que desapareceram durante a repressão.

A Comissão Estadual da Verdade irá trabalhar no Arquivo Público estadual, na Praia de Botafogo, a primeira reunião está agendada para a próxima semana.

Além do promotor Otávio Bravo e do advogado Wadih Damous, integram a Comissão:

Álvaro Machado Caldas – professor da Faculdade de Comunicação da PUC/RJ, jornalista com atuação em diversos jornais de circulação nacional;

Eny Raimundo Moreira – coautora do livro “Brasil nunca mais”, presidente e fundadora do Comitê Brasileiro pela Anistia;

Geraldo Cândido da Silva, presidente do Sindicato dos Metroviários de 1981 a 1987, senador em 1999, integra o Coletivo-RJ Memória, Verdade e Justiça representando a Associação Nacional dos Anistiados Políticos, Aposentados e Pensionistas (Anapap);

Marcelo Cerqueira – deputado federal em 1986, defendeu centenas de acusados com base na Lei de Segurança Nacional entre 1968 e 1978, professor da UFF, procurador-geral do Incra, procurador-geral do Cade e procurador-geral da Alerj;

Nadine Monteiro Borges – primeira coordenadora do Brasil na Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA, é doutoranda pela UFF. (Com informações do jornal O Globo)